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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Tempus Fugit


Título: Tempus Fugit
Autor: Rubem Alves
Editora: Paulus
Gênero: Crônicas / Poemas
Páginas: 108
Ano: 2008 (9° edição)











Escritor e psicanalista, Rubem Alves é um cronista que consegue colocar em seus textos um leve toque de poesia.
Tempus Fugit, o poema que dá nome ao livro é o mais belo deles; o tempo nos foge, e o velho relógio de pêndulo de seu avô lhes avisava, a cada quarto de hora "tempus fugit" e o tempo continuava a fugir, e todas aquelas horas vividas e morridas, ali estavam guardadas.

"Sentia que o relógio chamava para o seu tempo, que era o tempo de todos aqueles fantasmas, o tempo da vida que passou... Tenho saudades dele. Por sua tranquila honestidade, repetindo sempre, incansável, "tempus fugit". Ainda comprarei um outro que diga a mesma coisa. Relógio que não se pareça com este meu, no meu pulso, que marca a hora sem dizer nada, que não tem histórias para contar. Meu relógio só me diz uma coisa: o quanto eu devo correr para não me atrasar...
Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria: "tempus fugit..."
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será..."


Rubem nos fala da vida, da morte, do amor, das belezas da natureza e de nossa relação com ela. Ele consegue até, transformar a tristeza em algo belo:

"Saudades é o revés de um parto, é arrumar o quarto para um filho que já morreu...
...É mais bonita a dor de quem arruma o quarto para o filho que já morreu, que o vazio de quem não tem nenhum quarto para arrumar."


Os textos são simples e muito bem escritos, trazem a leveza poética e aquela sensação de bem estar, do quão bom é viver as coisas mais simples que a natureza nos oferece.




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