Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Minha Luta (Mein Kampf)

Título: Minha Luta
Autor: Adolf Hitler
Ano: 1925
Páginas: 720










                                                                                                      
    
    Há anos tinha vontade de ler esse livro. Já sabia que não seria uma leitura agradável, que me causaria repúdio e indignação, mas julgo historicamente importante conhecê-lo.
    Conhecendo superficialmente o personagem Hitler, eu o julgava um homem de extrema inteligência, visto que saiu do nada e se tornou um dos personagens mais importantes da história. Sua oratória, seu poder de persuasão e sua tática militar me fizeram vê-lo como tal. Sempre achei que, inteligente como era, se tivesse usado a mente para algo bom, teria sido um grande homem, um personagem importante em prol da sociedade e não contra ela. Ao ler o livro, vi que eu estava errada.
    A leitura foi cansativa, mas positiva, pois me fez ver o verdadeiro Hitler; fraco, inferiorizado, medíocre e não aquele personagem forte construído historicamente. Conhecê-lo através de suas próprias palavras me fez ver o quão boçal ele era, não era um homem inteligente e sim astuto, esperto por se aproveitar da situação decadente do país em beneficio próprio, tinha uma boa visão de marketing, sabia como moldar a frágil opinião pública. Ele entrou na história no momento certo, no momento de fragilidade do povo alemão perante a derrota na primeira guerra mundial, e usou o que ele tinha de melhor; o poder de manipulação perante a grande massa ignorante.
    A questão judaica é facilmente compreendida no livro, os judeus estavam em ascensão, os judeus eram bem sucedidos, os judeus ocupavam os melhores cargos, os judeus estavam em evidência nas artes, na ciência, na economia. Os judeus estavam em posição superior perante a raça ariana, isso era inadmissível na cabeça de uma pessoa psicologicamente perturbada e megalomaníaca como Hitler, e a única maneira de vencer um concorrente superior é, eliminando-o! E nesse momento, ele mostrou o quanto se sentia inferiorizado. Seus argumentos raciais não eram de fato baseado na "ciência" mas sim no próprio ego, no desejo de ser melhor, por saber não ser.
    De forma direta e objetiva ele ataca os judeus, acusando-os de planejar fazer, aquilo que ele próprio desejava e começou a fazer; "eliminar as outras raças para dominar o mundo" tal qual uma história de super-heróis, mas como nos desenhos, felizmente, o vilão nunca vence. Porém, infelizmente, continua tendo seus seguidores.
    A história é um ciclo, e a onda de ódio e racismo recomeça, infelizmente não aprendemos com o passado quando o ignoramos ou o negamos, nem os horrores do nazismo foram capazes de tornar a humanidade mais humana.
    O livro é péssimo, não apenas pelo ódio que carrega, mas também por ser bem mal escrito, mas é uma leitura historicamente importante, e um ótimo exemplo a não ser seguido. Conhecer o passado é a melhor maneira de não repeti-lo.