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domingo, 15 de janeiro de 2017

Malala, a menina que queria ir para a escola




Título: Malala, a menina que queria ir para a escola.
Autora: Adriana Carranca

Ilustrações: Bruna Assis Brasil
Editora: Companhia das Letrinhas
Gênero: Biografia; Jornalismo; Infanto Juvenil.
Ano: 2015
Páginas: 95







A realidade das meninas do Vale do Swat no Paquistão é muito diferente da nossa, região que por um período teve a atuação do Talibã. Lá as meninas são proibidas de sair de casa sem a companhia de um Mahram, não são incentivadas a ir para a escola e com a chegada do Talibã, esse direito foi proibido. Mas Malala pensava diferente, pensava em ser médica, pensava só em estudos, pensava em livros, pensava......

Incentivada por seu pai, Ziauddin Yousafai um educador dono da escola Khushal, Malala cresceu entre os corredores e carteiras, aprendeu a amar os livro. Com apenas 12 anos escrevia anonimamente num blog contando como era a vida no Paquistão sob o regime do Talibã,  começou um ativismo a favor da educação feminina, era a única voz que ecoava do Vale do Swat, o Talibã não gostou... Mas Malala não desistiu de seus sonhos, não desistiu de seus estudos, mas teve uma pausa obrigatória causada por uma arma, por um homem, por uma intransigência descabida. 

Era 09 de Outubro de 2012

Malala voltava da escola com duas amigas quando dois talebãns pararam a dyna e perguntaram: "Qual de vocês é Malala?" Ela se virou instintivamente e foi reconhecida, pois era a única sem shawl.




Três disparos.
Um acertou sua cabeça.
Malala tinha apenas 14 anos.




Sua história rompeu as barreiras do Paquistão e ficou mundialmente conhecida chegando aos nossos ouvidos e um fato que faz parte de um cotidiano, a outros causa estranheza.

Malala nasceu e cresceu nesse contexto, em meados de 2000 o Talibã foi ganhando mais força, Malala é de origem pashtuns, no Paquistão as mulheres não podem sair a rua sem a companhia de um Mahram, um homem da família que pode ser pai, avó ou irmão. São os pais que levam os filhos(as) ao médico, escola, passeios, as mulheres são mantidas em Purdah “confinamento” longe dos olhos de outros homens. Ziauddin sempre foi justo, dava à filha os mesmo direitos dos filhos, deu a ela seu sobrenome, coisa rara entre pashtuns paquistaneses, lhe ensinando dessa forma, que ser mulher no Paquistão não é sinônimo de vergonha.

No Paquistão as casas tem cômodos pra mulheres e cômodos para os homens, isso evita que elas tomem conhecimento dos assuntos masculinos, e evita que seja vista quando chega um homem que não é da família, entre os pashtun existe as Hujera "Casas de homens", para encontro políticos, celebrações e reuniões de trabalho, é raro que uma menina pashtun esteja entre os homens e se estiver devera ficar calada. Malala era diferente, via-se desde cedo que seu brilho era expandido por um pai, um educador,  um homem a frente dos costumes paquistaneses pashtun. Ainda bem.

Ainda bem que Ziauddin criou Malala e será que o mundo precisa de mais Malalas, e menos Cinderelas? Não no sentido físico mas no que cada uma representa?

Eu creio que sim, creio que deveríamos incentivar mais o conhecimento, a cultura, os estudos, do que a “Espera do Príncipe que te salvará”, alguns "príncipes" podem ter barba, turbante e armas....

Não devemos tirar a fantasia das crianças mas prepara-las para saber discernir, opinar, e isso vem atrás do estudo. 

Que esse livro seja parte dessa construção!

Insh'Allah



 

Prêmio Nobel da Paz - 10 de outubro de 2014.


"Prêmio concedido pelo Comitê do Nobel pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação."


Malala é considerada a mais jovem ganhadora de um Prêmio Nobel.








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