Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
Escolha um livro, pegue uma xícara de café e venham me desfolhar, sintam-se à vontade.

domingo, 23 de setembro de 2012

O CAÇADOR DE PIPAS



Título: O caçador de pipas
Autor: Khaled Hosseini
Gênero: Romance
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 365
Ano: 2003










Por você faria isso mil vezes....

Qual o tamanho do sentimento Amizade? Até onde você iria pelo seu amigo? Qual a relação entre amizade, lealdade e coragem?  O Caçador de Pipas descreve uma linha entre eles, tão forte e ao mesmo tempo tão tênue como a linha de uma pipa.

Dois amigos, Amir e Hassan, ambos 12 anos, Amir filho do patrão a mãe morrera no parto e Hassan filho do criado e também criado devido sua etnia Hazara de origem mongol, considerado uma casta inferior. Sua mãe fugira. Seus pais eram amigos e Amir e Hassan foram  criados juntos, no mesmo quintal, as mesmas brincadeiras, mas será que tinham um pelo outro a mesma amizade?

Dizem que as pessoas que mamam no mesmo peito eram como irmãs, ligados por uma espécie de parentesco, Hassan e eu mamamos no mesmo peito, demos nossos primeiros passos na mesma grama, no mesmo quintal, e sob o mesmo teto dissemos nossas primeiras palavras a minha foi baba a dele: Amir. O meu nome.

Éramos duas crianças que tinham aprendido a engatinham juntas, e não havia história, etnia, sociedade ou religião que pudesse mudar isso, passei a maior parte dos meus primeiros doze anos de vida brincando com Hassan. Às vezes toda minha infância parece um longo dia preguiçoso de verão em companhia de Hassan ................... até que tudo mudou um dia nublado e gélido de inverno em 1975, e fez de mim o que sou hoje.

A história começa em meados de 1970, e acaba em 2002. Passou pelo golpe, à queda da monarquia, a chegada do Talibã, a destruição do Afeganistão. 

O livro acaba de forma melancólica, mas realista. Recomendo a leitura a todos

Leiam e reflitam. Afinal, há um jeito de ser bom novamente.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O que a vida me ensinou - Washington Olivetto


Título: O que a vida me ensinou
Autor: Washington Olivetto
Editora: Saraiva
Ano: 2011
Páginas: 143












Li o livro do Mário Sergio Cortella da coleção  "O que a vida me ensinou" e achei tão bacana que me interessei em ler a coleção toda, partindo do princípio que os autores abordariam o mesmo tema, lições de vida, de diferentes pontos de vista, claro, mas achei que seguiria um padrão, onde dentro dele cada autor iria expor e compartilhar seu aprendizado com o leitor. Me decepcionei...
Cortella aborda temas que fazem parte do cotidiano de cada ser humano, coisas com o qual ele aprendeu e que no livro ele compartilha com o leitor, de maneira que podemos refletir e tirar dali um aprendizado também, enquanto que o livro do Washington é uma biografia resumida da vida dele, apenas. Na maior parte do livro ele fala da profissão dele, me senti lendo uma apostila para publicitários... Sem contar o ego, perdi as contas de quantas vezes ele fala do quão bom profissional ele é ou dos prêmios que ganhou, passando uma imagem prepotente. Achei a leitura pouco atrativa, tirei dela pouco proveito.
Não digo que o livro é ruim, apenas não atendeu às minhas expectativas, t
alvez por ter lido o do Cortella antes, um filósofo muito inteligente e cheio de conhecimento para passar ao leitor, eu tenha esperado muito dos outros e criado a expectativa de que os demais autores seguiriam o mesmo padrão de qualidade.

"O sério não precisa ser sisudo e chato. A genuina seriedade reside no respeito a valores. Não está expressa na formatação quadrada e não exige que o humor seja abolido"

" A ideia do politicamente correto vem sendo detupada. Virou uma vigilância moralista, irmã da censura e da demagogia. Há quem queira sempre aparecer atacando ferozmente isso ou aquilo. Esses radicalismos não constroem um mundo melhor.
O politicamente correto está certinho mas pode ser chato e tedioso. O politicamente incorreto muitas vezes é engraçado mas pode ser mal-educado, preconceituoso e desrespeitoso"

"O cartão é mais importante do que as flores.

Flores murcham rapidamente. Já o cartão, se bem escrito, a pessoa vai guardar pra vida toda."

Outros autores da coleção "O que a vida me ensinou"
Mario Sergio Cortella
Heródoto Barbeiro
Amalia Sina
Reinaldo Polito

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O que a vida me ensinou - Mario Sergio Cortella


Título: O que a vida me ensinou
Autor: Mario Sergio Cortella
Editora: Saraiva
Páginas: 109
Ano: 2011










Mario Sergio Cortella é filósofo, mestre e doutor em educação pela PUC-SP, autor de diversos livros; um poço de sabedoria e conhecimento, um ser pensante raro de se encontrar por aí.
Difícil fazer uma resenha do livro em questão, dá vontade de escrever aqui o livro inteiro, pois cada página dele é um aprendizado. Ele nos permite sair do óbvio, ver as coisas por uma perspectiva diferente do "comum", conhecer novos significados; como bom filósofo, nos faz pensar, refletir sobre cada tema abordado.


"Qual é a sua verdade? Qual é a sua essência? No dia em que você se for essas questões irão embora com você. O que permanecerá de você no mundo? Permanecerá seu legado. Permanecerá aquilo que você ensinou, as marcas que deixou"

"Uma questão fundamental para qualquer pessoa é: "Se eu não existisse, que falta faria?." As respostas estabelecem minhas razões de existência e também os senões da minha existência"


Outros autores da coleção "O que a vida me ensinou"
Washington Olivetto
Heródoto Barbeiro
Amalia Sina
Reinaldo Polito

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Ilha - Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro


Título: A Ilha - Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro.
Autor: Fernando Morais
Editora:Alfa-Omega

Gênero: Política
Páginas: 176 (26° edição)
Ano: 1976










1959, jovens guerrilheiros cubanos derrubam o governo ditatorial de Fulgêncio Batista, transformando Cuba em um país socialista. O livro aborda as mudanças que ocorreram no país nos primeiros 17 anos de regime socialista, mostra a Cuba dos anos 60/70.

Aprendemos que o socialismo/comunismo é o "bicho papão" da política, ouvimos falar dos "perigos" que tais regimes podem oferecer e da ditadura e repressão sob o qual supostamente viviam os cubanos, mas não paramos para pensar que nosso país é capitalista e que por 2 décadas sofremos ditadura, repressão, cassação politica, tortura e assassinatos. Outros vizinhos sul-americanos também capitalistas sofreram com a mesma ditadura, apoiados e financiados pelos E.U.A. outro país capitalista! A própria Cuba vivia sob regime ditatorial antes da revolução, e então dizem para nós que o socialismo é o governo ditatorial? Vale lembrar que repressão não depende de um regime capitalista ou comunista, ela pode ser imposta em ambos. 

Se tratando de livros que falam de qualquer assunto polêmico é importante abdicarmos de qualquer pré-conceito, de opinião pré formada por influência da mídia e do que aprendemos na escola, e absorvermos novas idéias, pois muito do que aprendemos pode estar errado. Devemos buscar sempre o outro lado, conhecer as duas versões, e assim tirarmos nossas próprias conclusões, desenvolvendo nosso próprio senso crítico.

O livro foi escrito por Fernando Morais, um conceituado jornalista brasileiro, que passou 2 meses em Cuba no ano de 1976, onde ele relata opiniões populares e mudanças ocorridas devido a revolução:

Os prós 
Em Cuba não existe favela, não existe prostituição, não existe tráfico de drogas, não existe moradores de rua, não existe cassinos sustentando máfias criminosas. Os índices de analfabetismo caíram de 35% no governo de Batista para 2% no governo de Fidel, foram criadas mais de dez mil salas de aula apenas no primeiro ano pós revolução. O ensino é gratuito desde o primário até o curso superior. A gratuidade escolar também inclui alimentação, material escolar e prática de esportes escolhida pelo próprio aluno. O aluno de ensino superior/profissionalizante estuda e trabalha como uma espécie de estágio, terminando os estudos é automaticamente encaminhado para um órgão do governo, onde permanece empregado, tentando assim extinguir o desemprego. A saúde tb é gratuita, em 15 anos de regime socialista a taxa de mortalidade infantil foi reduzida, sendo a menor da América latina, a tuberculose infantil, malária, difteria e o tétano foram erradicados. O país do tamanho do estado do Piauí conta com 3.200 unidades de saúde entre hospitais, postos e laboratórios (os dados são de 1976)

Os contras
Racionamento de alimentos, roupas e calçados, não devido ao regime politico mas sim ao bloqueio econômico promovido pelos E.U.A. e demais países capitalistas, na tentativa de derrubar o governo cubano.

O livro traz entrevistas com Fidel Castro, e no caso da edição citada traz ilustrações e um capítulo inédito; um relato do médico dos guerrilheiros na Sierra Maestra sobre os dias que passou na mata durante a guerrilha, particularmente achei essa parte muito interessante, ele cita o dia-a-dias dos guerrilheiros e as táticas de Fidel, que me fizeram admirar sua esperteza.

O que temos no livro são estatísticas e opiniões populares, somente poderemos conhecer 100% os prós e contras de um regime político qualquer vivenciando-o, porém podemos ver pelas informações que o autor nos passa que o socialismo pode sim dar certo e mais do que isso trazer muitos benefícios para a população. 

Segue a baixo um vídeo atual sobre Cuba, que aponta alguns dados citados também no livro.